quarta-feira, janeiro 31, 2007

O Suave Milagre 130 - "A morte não empata a vida."

Querido avô Santos,
No mesmo dia em que decidiste que estava concluída a tua tarefa de 91 anos, terminou também uma viagem de apenas 3. Soubemos das vossas decisões com a distância de algumas horas e de uns poucos quilómetros, mas imagino que se encontraram pelo caminho e que deram as mãos. Como dizias que "a morte não empata a vida" acredito que seguiste logo caminho sem muitas demoras. Nós por cá, vamos tentar fazer o mesmo, como querias. Eu ainda me demorei a pensar de quanto tempo é que precisaremos para deixar a nossa marca? Para cumprir a nossa missão? Será que 3 anos é tempo a menos e 91 tempo a mais? Quando chegar a minha altura, logo descubro.
Eu sei que para ser uma pessoa melhor só preciso de duas coisas: de uma genuína vontade de mudar e de ter bons exemplos à minha volta. Da tua parte já tenho metade do que preciso. A verdade é que o tempo que partilhamos foi suficiente e agora só me resta honrá-lo. Tenho imensa sorte com as pessoas que me rodeiam, sempre tive. Que eu consiga dar frutos de tudo o que em mim plantaste.
Um beijinho desta menina.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Singularidades de uma rapariga loura 132 - Roxanne no Armazém

Acalmada que está a minha veia Zanatti, com a devida ressalva que só existe uma única miúda que a faz pulsar, retomo o habitual interesse pelo puro lusitano.
Acontece que trimestralmente é-me assignada uma tarefa que me obriga a passar pelo menos duas tardes no armazém (enorme) da empresa onde trabalho. E é cheia de vontade que me atiro a esta tarefa e me predisponho a disputá-la no tapa com quem me quiser substituir. Sem falar na vantagem em mudar de ares e nos benefícios físicos de tirar a fofura da cadeira e os olhinhos do monitor, ainda há a benesse de privar com os colegas que trabalham no armazém. Malta nova, claro está, alta e espadaúda, exalando juventude e saúde, malta sem óculos e sem manias, malta assim mais terra-a-terra, no extremo oposto dos betinhos do Marketing e dos cromos dos Informáticos. Malta fixe, se é que me entendem. Para mim, que trabalho num departamento submerso em gloss é um verdadeiro alívio estar no meio daquela testosterona toda.
Gosto especialmente de sentir que eles mudam ligeiramente o seu comportamento por causa da minha presença, gosto de reparar que lhes ficam uns "carvalhos" e "folhas" por dizer, que fazem sinais uns aos outros com o canto do olho, que a minha presença não só não os incomoda ao ponto de ser indesejada como até é bem-vinda.
Sem que ninguém descure (muito) o trabalho, os rapazes de vez em quando vão ter comigo para dois dedos de conversa com o pretexto do cigarrinho, perguntar se quero ajuda, mostrar solidariedade com o frete que me calhou e coisa e tal. Eu apareço ao pé deles para saber que horas são, para pedir mais fita-adesiva ou envelopes, para queixar-me do frio e perguntar como é que aguentam (acentuando o lado heróico da coisa), abano os folhinhos da saia e depois volto lentamente para o meu lugar.
Enfim, como eles estão em larga maioria eu tenho mesmo que exagerar na minha feminilidade para equilibrar a energia lá do sítio. Acho até que devo fazê-lo, que eles secretamente agradecem o facto de verem o meu treinado pestanejar no Clube do Bolinha, de vez em quando. E assim, com espírito de missão e porque os rapazes merecem, dou o meu melhor.
Nessas duas tardes, formamos um grupo de trabalhadores bem dispostos, simpáticos e sorridentes. (Há um deles, especialmente, que tem um sorriso digno de poster em clínica dentária e acredito que com um banho de loja o rapaz iria longe).
Hoje, na hora da despedida, não pude deixar de pensar numa amiga minha e no que ela vai dizer deste post, ela para quem a testosterona não vale se não for acompanhada da massa cinzenta, enquanto eu, nisso dos acompanhamentos peço sempre um bom coração, que se encontra num bom rapaz (agora é que a minha amiga vai sorrir). Não sendo uma fundamentalista do intelecto, valorizo mais que saibam fazer-me rir do que explicar-me a Crítica da Razão Pura, mas se souberem quem foi Kant já está de bom tamanho.
Em Abril estarei lá de novo, no armazém, e vocês já sabem o que se diz da Primavera...

terça-feira, janeiro 23, 2007

O Suave Milagre 129 - Não há glória sem exposição

Bem-aventurados aqueles que se expõem, só superficialmente protegidos por uma Gola Alta.
Parabéns à minha querida amiga e companheira blogueira Sony Hari por um ano vivido de peito aberto.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Singularidades de uma rapariga loura 131 - Midnight Snack

Ultimamente, não passo sem uma dose diária de fast food mesmo antes de ir para a cama. Vou mais consoladinha e até durmo melhor. Todas as noites regalo-me com este McDreamy (eu cá chamava-lhe um Big Tasty ou um Sexy Meal)...

PS1: E aquele cabelinho, hum? Haverá coisa mais maravilhosa do que uma bela e farta trunfa? Eu, que nasci com mãos que são dois pentes incansáveis, continuo a achar que não...

PS2: Para abrir o apetite durante o dia, recorro ao tema "Cosy In The Rocket" dos PSAPP, "The only band endorsed by felines" :-) Youtubem-no, é fe-no-me-nal!!!

PS3: Sim, sim, os apetites continuam… variados mas não saciados.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Singularidades de uma rapariga loura 130 - Irresistível

Porque há alturas em que acordo uma bicha paneleira como as daquela série da 2, alturas de muito apetite fêmeo, em que miúdas boas tiram-me do sério e inspiram pensamentos pecaminosos bem distantes da minha vidinha católico-hetero-fidelíssima.
Agora, assim de repente, não me lembro de mais nenhuma mas esta dá-me a volta, a voltareta e a pirueta.
Ai, ai, ai...


quinta-feira, janeiro 11, 2007

Singularidades de uma rapariga loura 129 - Coerência sucks

A-m-e-i este post. Eu, que também me concedo o mesmo luxo e até me orgulho dele, acrescento: coerência sucks.
Aqui, passo os dias a ouvir alguns cariocas e todos os nordestinos do meu coração, vejo novela como terapêutica, tenho sabão de coco e farinha de mandioca em casa, pinto o mar de verde, anseio por dormir na rede, sinto-me ligth, tropical e zen, caminhando com a certeza que "tudo, tudo, tudo vai dar pé".
Lá, leio mais poesia e interesso-me mais pelo mundo, gosto do frio e da chuva, dou por mim a valorizar tudo o que é tradicional, persigo um bom vinho tinto, dá-me para a melancolia, para a saudade e para o recato, produzo pensamentos e sentimentos mais profundos, caminhando com a certeza de que" a alma não é pequena".
É como o acento em Mónica, Sónia e António: circunflexo lá e agudo aqui.
Mas é sempre o mesmo Atlântico, só muda a margem.
Eu é que talvez já só consiga amar de longe. Mas isso não é necessariamente mau, apenas incoerente.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

O Suave Milagre 128 - Cronologia de Telemóvel

As compras na Baixa











A porta de casa











O Natal com a família












O Final de ano com o rei











O jantar das 3 Rainhas











O mimo de 2007

terça-feira, janeiro 09, 2007

Singularidades de uma rapariga loura 128 - Só vos digo uma coisa…

… 2007 começou com uma preguiça monstra!