sexta-feira, julho 28, 2006

Singularidades de uma rapariga loura 121 - The farsighted heart

Recentemente foi-me diagnosticado um coração míope, que não consegue sentir bem ao longe.
Isso faz com que para mim longe dos olhos seja mesmo longe do coração.
Mas não é defeito, é defesa.

quinta-feira, julho 27, 2006

Singularidades de uma rapariga loura 120 - Draw the line

Quando os lábios se encostam ao ouvido dela e beijam a palavra certa, é a tomada de posse daquilo que é dele na fronteira física do que nunca será.

quinta-feira, julho 20, 2006

O Suave Milagre 119 - A travessia do deserto

Está muito quente e decido que não respiro fundo este pó. Transpiro só.

Passam-se as horas, depois os dias, semanas inteirinhas completamente estéreis. São semanas de respostas mecânicas, de diálogos forçados, de sorrisos arrancados a ferros, falsos interesses e falsas propostas, são semanas de trabalho-televisão-trabalho, um tempo pobre e vazio de qualquer sentido.

Ando a desejar repor os mínimos: que a minha mãe me acalme, que o meu pai me beije, que o meu irmão me faça rir, que o cão me lamba a cara, que o gato se roce nas minhas pernas, que o ex telefone e o que o actual mande uma mensagem, que a porta da cela se feche e que se abram todas as janelas da minha alma.

segunda-feira, julho 10, 2006

Singularidades de uma rapariga loura 119 - Máximas saudades...

segunda-feira, julho 03, 2006

O Suave Milagre 118 - Arriscar é preciso

Sonhei que viajava dentro de um barco todo pintado de verde e que espreitava a costa pela escotilha. Sabia que tinhamos saído de Lisboa e rumado a sul, por isso era a costa de África que eu via. Aliás, eram as praias de África que eu via, cheias de crianças correndo à beira-mar, porque o barco estava tão perto da costa que corria o risco de ficar encalhado. Eu não estava ao leme, nem sequer comandava nada, mas davam-me constantemente indicações para afastar o barco da costa, para rumar à linha do horizonte. Eu continuava com a perspectiva redonda da escotilha, olhava para a costa e depois para o oceano, costa e oceano. Acordei sem me ter decidido.

Se ultimamente só há "posts" sobre músicas e concertos é porque não tenho arriscado outras emoções fora dessas águas e ainda que imagine lá longe algumas ilhas por descobrir, continuo a navegar juntinho à costa entre uma e outra canção ao vivo.
Na semana passada segui da lucidez do David Fonseca até a força dos Pluto.

"Nesse momento em que o teu mundo se transforma
Tu vês a forma como tudo se processa
Mas só entendes quando encaixas nova peça
Qual a razão porque te olhavas dessa forma

Bem vindo a ti meu amor
Bem vindo a ti mais uma vez"

Pluto - Bem vindo a ti