quinta-feira, junho 03, 2004

Singularidades de uma rapariga loura 47 - "como é bela a juventude"

esta frase acompanhada por uma expressão facial
de puro deleite foi proferida na aula de hidroginástica
arrancando um sorriso maroto à sexagenária ao meu lado
e pronto, agora que já o disse, assumo!
não consigo desviar os olhos do professor
sinto esta atracção irresistível pela juventude
nomeadamente se for morena
especialmente se for simpática e educada
mais ainda quando é tímida, sem noção do seu encanto e beleza
a juventude é a coisa que mais me enche o olho,
que me arrebata, deixando-me verdadeiramente maravilhada
é aquilo que me parece mais belo, dentre todas as coisas belas
falo na generalidade, claro, há excepções de vários tipos
mas na maioria das vezes fico encantada com o vigor físico,
com a energia que transpiram, a pele resplandecente,
o brilho no olhar, o sorriso luminoso...
sempre achei muito injusto que no auge da juventude
quando somos realmente belos, raramente tenhamos consciência disso
e raramente saibamos o que fazer com essa beleza e vigor
a nossa cabeça não nos acompanha, está atrasada, desfasada
o nosso ego vacilante não nos deixa acreditar quando nos dizem que somos belos
duvidamos, questionamos, achamos tudo exagerado e sentimo-nos feios
somos inseguros na única altura em que não há razão nenhuma para o ser
por isso mesmo ouvem-se estas frases:
- "se eu tivesse a tua idade"
- "se eu soubesse o que sei hoje"
ainda não sei se é ironia divina ou sabedoria divina
o facto de não termos "corpo e cabeça" ao mesmo tempo
mas esta será a primeira pergunta que vou querer ver esclarecida
quando tiver oportunidade de perguntar a quem de direito.