O Suave Milagre 38 - naturezas
começaste ontem a tua subida
entusiasmado e cheio de vigor
almejando o ponto mais elevado de todos
aquele cume enevoado
que não consegues sequer avistar
mas tens a certeza que está lá e que te pertence
tal como aquela terra,
as rochas e a abundante vegetação
vais para casa finalmente
queres levar-me contigo, dás-me a mão
e mostras-me o trajecto
foram muitas as viagens juntos, lado a lado
só que desta vez tenho receio
de não te conseguir acompanhar
falta-me o ânimo e o fôlego
não sobrevivo a este ar rarefeito
cada vez vou ficando mais e mais para trás
abrandas o passo, paras e olhas para mim
instigas-me a continuar
diriges-me palavras de incentivo para que te alcance
mas devagarinho começo a perder-te de vista
sozinha, fico assustada e decido parar
sei que vais seguir em frente
e quando chegares lá acima e olhares para baixo
vais entender porque é que não pude ir contigo
porque tal como tu pertences à montanha
eu pertenço às planícies
e só aqui me sinto segura
onde estou ao mesmo nível do horizonte
onde sou cega por um sol redondo, inteiro
sem ser filtrado pelas copas das árvores
vais ver como o meu dourado é o mesmo das areias quentes
vais descobrir como aquelas águas frescas e doces
nascidas ao pé de ti
descem e encontram o meu sal e o meu calor
e então vamos compreender como é grande
o amor entre a nascente e o mar
entusiasmado e cheio de vigor
almejando o ponto mais elevado de todos
aquele cume enevoado
que não consegues sequer avistar
mas tens a certeza que está lá e que te pertence
tal como aquela terra,
as rochas e a abundante vegetação
vais para casa finalmente
queres levar-me contigo, dás-me a mão
e mostras-me o trajecto
foram muitas as viagens juntos, lado a lado
só que desta vez tenho receio
de não te conseguir acompanhar
falta-me o ânimo e o fôlego
não sobrevivo a este ar rarefeito
cada vez vou ficando mais e mais para trás
abrandas o passo, paras e olhas para mim
instigas-me a continuar
diriges-me palavras de incentivo para que te alcance
mas devagarinho começo a perder-te de vista
sozinha, fico assustada e decido parar
sei que vais seguir em frente
e quando chegares lá acima e olhares para baixo
vais entender porque é que não pude ir contigo
porque tal como tu pertences à montanha
eu pertenço às planícies
e só aqui me sinto segura
onde estou ao mesmo nível do horizonte
onde sou cega por um sol redondo, inteiro
sem ser filtrado pelas copas das árvores
vais ver como o meu dourado é o mesmo das areias quentes
vais descobrir como aquelas águas frescas e doces
nascidas ao pé de ti
descem e encontram o meu sal e o meu calor
e então vamos compreender como é grande
o amor entre a nascente e o mar
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