O Suave Milagre 64 - exagerada
- "Pai, pai! Hoje eu vi na praia uma onda tão grande, com uns trinta metros!
- Não pode ser, pensa lá bem....trinta metros é muito, não é?
- Pronto, pronto....então foi uma onda com trinta centímetros!"
Desde tenra idade que se manifestou em mim esta total incapacidade em compreender as medidas e também esta tendência para o exagero. Já te tinha explicado isto.
Contam os meus pais que eu era uma criança muito dramática: ou chorava como se o mundo fosse acabar ou entrava em euforia histérica por um simples saco de rebuçados.
É tudo uma questão de intensidade e eu tenho uma régua especial para medí-la.
Hoje, já adulta, dizes-me que abuso das palavras máximo e máxima no dia-a-dia.
Que faço elogios demasiado rasgados aos que conheço bem e aos que acabei de conhecer.
Que é um exagero esta alegria explosiva com tão pouco...
e que não compreendes como fico triste e melancólica com menos ainda.
É tudo uma questão de intensidade e eu tenho uma régua especial para medí-la.
Não tentes arranjá-la nem substituí-la.
É por causa dela que basta apenas "uma" palavra tua para nascer em mim um sorriso de criança.
É por por causa dela também que às vezes me fazes sentir boba, insignificante e dispensável.
Não interessa se foste a razão de umas quantas lágrimas, o que importa é que ontem me surpreendeste com ternura.
E foi com pouco, não foi? Olha que sorte eu ser assim exagerada...
Nunca saberei ao certo a altura daquela onda, mas também não é relevante.
Naquele dia na praia, para mim, era uma onda enorme, um gigante para os meus 7 anos, era a força da natureza em todo o esplendor de um oceano, mesmo que ninguém mais se apercebesse.
É tudo uma questão de intensidade e eu tenho uma régua especial para medí-la.
- Não pode ser, pensa lá bem....trinta metros é muito, não é?
- Pronto, pronto....então foi uma onda com trinta centímetros!"
Desde tenra idade que se manifestou em mim esta total incapacidade em compreender as medidas e também esta tendência para o exagero. Já te tinha explicado isto.
Contam os meus pais que eu era uma criança muito dramática: ou chorava como se o mundo fosse acabar ou entrava em euforia histérica por um simples saco de rebuçados.
É tudo uma questão de intensidade e eu tenho uma régua especial para medí-la.
Hoje, já adulta, dizes-me que abuso das palavras máximo e máxima no dia-a-dia.
Que faço elogios demasiado rasgados aos que conheço bem e aos que acabei de conhecer.
Que é um exagero esta alegria explosiva com tão pouco...
e que não compreendes como fico triste e melancólica com menos ainda.
É tudo uma questão de intensidade e eu tenho uma régua especial para medí-la.
Não tentes arranjá-la nem substituí-la.
É por causa dela que basta apenas "uma" palavra tua para nascer em mim um sorriso de criança.
É por por causa dela também que às vezes me fazes sentir boba, insignificante e dispensável.
Não interessa se foste a razão de umas quantas lágrimas, o que importa é que ontem me surpreendeste com ternura.
E foi com pouco, não foi? Olha que sorte eu ser assim exagerada...
Nunca saberei ao certo a altura daquela onda, mas também não é relevante.
Naquele dia na praia, para mim, era uma onda enorme, um gigante para os meus 7 anos, era a força da natureza em todo o esplendor de um oceano, mesmo que ninguém mais se apercebesse.
É tudo uma questão de intensidade e eu tenho uma régua especial para medí-la.
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