O Suave Milagre 61 - falsa partida
Dizem-me que o melhor de viajar é regressar a casa. Deve ser mesmo, pelo menos para os meus companheiros na viagem aos Açores. Regresso com eles e assisto a uma subtil mudança nos seus humores e comportamentos mal colocam o pé na região da terra natal e vão a caminho de casa. Tu também. Sorris e falas de modo diferente dos últimos dias, a tua pronúncia fica mais acentuada, as expressões e os gestos contidos libertam-se, estás nitidamente mais à vontade, estás em casa. É como que um "alívio-nervoso" que te faz rir por tudo e por nada, visivelmente bem-disposto, satisteito e descansado por tudo permanecer no seu lugar e por estares de volta. De volta a esse lugar onde te sentes seguro, confortável, que é parte integrante de ti. (terás realmente saído?).
Não sei se o melhor de viajar é regressar a casa, não faço ideia do que sentes, só posso imaginar ao observar-te. Faltam-me as raízes e falta-me esse "lar-doce-lar" para onde regressar. A casa onde moro é só isso mesmo: a casa onde moro e a casa dos pais, apesar de manter a mesma distância dos olhos, está cada vez mais longe do coração. E como não sinto nada parecido com o que tu sentes, em lugar nenhum que conheço, continuo a preferir o novo ao "ninho", pelo menos até haver "ninho". Há muito que levantei âncoras e anseio pelo excitamento de chegar a lugares novos, tábuas rasas para sensações desconhecidas. Curiosamente, é no desconhecido que me sinto mais segura....mais livre e confiante. Como se o "familiar" me fragilizasse. Para uma optimista nata como eu, no novo há a eterna possibilidade de ser bom, de correr bem, de dar certo! Pode-se começar outra vez, do zero, pode-se tentar fazer mais e melhor, como se tudo para trás tivesse sido uma falsa partida. Talvez tenha sido mesmo. Ainda não sei o que achas dos versos que eu fiz.
Não sei se o melhor de viajar é regressar a casa, não faço ideia do que sentes, só posso imaginar ao observar-te. Faltam-me as raízes e falta-me esse "lar-doce-lar" para onde regressar. A casa onde moro é só isso mesmo: a casa onde moro e a casa dos pais, apesar de manter a mesma distância dos olhos, está cada vez mais longe do coração. E como não sinto nada parecido com o que tu sentes, em lugar nenhum que conheço, continuo a preferir o novo ao "ninho", pelo menos até haver "ninho". Há muito que levantei âncoras e anseio pelo excitamento de chegar a lugares novos, tábuas rasas para sensações desconhecidas. Curiosamente, é no desconhecido que me sinto mais segura....mais livre e confiante. Como se o "familiar" me fragilizasse. Para uma optimista nata como eu, no novo há a eterna possibilidade de ser bom, de correr bem, de dar certo! Pode-se começar outra vez, do zero, pode-se tentar fazer mais e melhor, como se tudo para trás tivesse sido uma falsa partida. Talvez tenha sido mesmo. Ainda não sei o que achas dos versos que eu fiz.
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