quarta-feira, outubro 06, 2004

O Suave Milagre 62 - espectadora

Estivemos todos juntos: nós os amigos, os nossos parceiros e nossa sobrinha.
Ela (a Clarinha) é uma criança tão bela que emociona, e dei por mim a pensar na fragilidade dos suaves milagres e no meu papel de espectadora que acredita neles.
Completamente embevecida, ouvi aquele grupo empolgado numa tertúlia não programada, discutir política e economia, literatura e cinema, televisão e rádio, moda e viagens (e pelo meio contar umas piadas picantes). Ri-me com eles, pensei com eles, aprendi com eles. Cada um com o seu estilo pessoal, as suas ideologias, as suas experiências, os seus gostos e as suas opiniões. Pela segunda vez, no mesmo dia, fiquei emocionada e novamente pensei no meu papel de espectadora.
Estava tão orgulhosa daquela bebé linda e sorridente, como se tivesse contribuido alguma coisa para a existência dela.
Estava tão orgulhosa daquele grupo de gente jovem, bonita, inteligente e interessante, como se tivesse algum mérito nas qualidades deles.
O que eu tenho é sorte, muita sorte e muito orgulho. Não fui eu que os fiz, mas eles são meus.